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Teste - KTM 350 SX-F 2011
Temos acompanhado nos últimos anos inúmeras novidades nas motocicletas de motocross. A Honda e a Kawasaki apresentaram grande mudanças em seus modelos, inclusive com a implementação do sistema de injeção; a Yamaha "assustou" todo mundo com o seu "motor invertido", com a caixa do filtro de ar instalada na dianteira da motocicleta; e agora a nova suspensão da Kawasaki KX 250F 2011, com o sistema SFF (confira matéria especial nesta edição). Mas podemos afirmar que a grande "estrela" dos últimos lançamentos foi a KTM 350 SX-F. A fábrica austríaca não se preocupou em apresentar um quadro de alumínio, seguindo os passos de suas concorrentes japonesas, mas decidiu apresentar um motor “intermediário”, que deve suprir a reclamação mais comum de quase todos os pilotos, de que a 250cc pede um pouco mais de motor e de que na 450cc sobra. Então, a solução apresentada foi um motor de 350cc. Além disso, como já comentamos anteriormente, a própria FIM (Federação Internacional de Motociclismo) e a Youthstream, organizadora do Mundial de Motocross, há uns três anos chegaram a discutir a possibilidade de unificar as categorias MX2 e MX1 utilizando motocicletas de 350 cilindradas, ideia que iria depender principalmente das fábricas. As japonesas não apresentaram nenhum interesse, mas a austríaca KTM imediatamente começou a trabalhar neste projeto e já no ano passado surgiram as primeiras imagens dessa motocicleta. Finalmente, no Salão de Milão, ela foi apresentada oficialmente e além do novo motor, recebeu um novo visual, que acabou sendo transferido para os outros modelos da marca (confira as imagens das KTM de cross 2011 na edição anterior). Outro fato que pesou neste novo lançamento, foi a participação no projeto do belga Stefan Everts. O dez vezes campeão mundial foi contratado pela KTM logo após a sua aposentadoria (ele correu profissionalmente até 2006) para colaborar com a equipe e seus pilotos no desenvolvimento de projetos, como este que se concretizou em dois anos.
Um novo conceito
Mas o que esta motocicleta pode nos oferecer? Tudo, é a resposta, pois ela não tem nada dos modelos anteriores da marca. O visual é todo novo, com um design mais moderno e agressivo (as aletas e a caixa do filtro de ar lembram o estilo da Honda), muito mais harmonioso. O quadro, fabricado em cromo-molibdênio, também foi modificado, em parte para receber o novo sistema de suspensão traseira, agora com o “tradicional” link, que fez os engenheiros da fábrica mudarem também o braço oscilante (balança traseira) e o subquadro (em alumínio). O chassi está mais estreito e compacto, justamente para oferecer melhor dirigibilidade. Quanto ao motor (349,7cc), este foi derivado da 250cc, recebendo mudanças para capacitá-lo à nova cilindrada. Comenta-se que ele pode oferecer mais de 50 cavalos de potência. Para a lubrificação do motor, há duas bombas de óleo (ou seria refrigeração e bombas d’água?).
Mas as novidades não param por aí; a motocicleta oferece a desejada partida elétrica (pedal de partida é opcional) e a vedete das tecnologias nas motocicletas off-road, a injeção eletrônica, sistema da Keihin. Agora, somente a Yamaha YZ 250F 2011 mantém o tradicional carburador (confira as imagens dos novos modelos nesta edição).
As suspensões são da marca White Power, que tradicionalmente acompanha as motos da KTM. Na dianteira há uma WP USD de 52 mm de diâmetro e com 300 mm de curso e na traseira, monoamortecedor WP com 335 mm o curso, com link.
Para frear essa máquina, discos de 260 mm de diâmetro na dianteira e 220 mm na traseira. O peso declarado dessa máquina é 102 kg, e o tanque de combustível possui capacidade para 7,5 litros.
Segundo Mike Serif, da equipe de desenvolvimento da KTM, o projeto da 350 SX-F levou dois anos de constantes trabalhos. Além dos detalhes acima informados, ele completa que os novos cubos foram modificados para melhor encaixe dos raios e nipples, mais leves e resistentes, muito semelhantes aos utilizados pela equipe oficial.
Como ela se comporta?
A julgar pelos resultados que vem apresentando no Mundial de Motocross, onde o italiano Antonio Cairoli mantém a liderança da MX1 com esse modelo, dá para imaginar que ela é boa. Mas ele anda com uma motocicleta de fábrica, e queremos saber como uma original se comporta, saber sobre seu desempenho na pista e, para isso, damos vez ao piloto americano Tyle Keefe, que no mês de junho teve a oportunidade de andar na 350 SX-F na pista de Pala Raceway, na Califórnia, onde a fábrica fez a apresentação oficial do seus modelos 2011, para a imprensa especializada. Portanto, os leitores da Dirt Action serão os primeiros no mundo a acompanhar o primeiro teste deste modelo. Confira as impressões do comportamento desta motocicleta que chegou para “quebrar as regras do jogo”.
"Já nas primeiras voltas pude confirmar que esta motocicleta é perfeita para mim. Me senti muito à vontade nela, sendo que minha pilotagem se adaptou muito perfeitamente a ela. Gosto de exigir muito da moto nas costelas e curvas, e ela respondeu muito bem nessas situações, com muita segurança. Enquanto a 250cc exige constantes trocas de marchas, a 350cc flui melhor, possibilitando uma pilotagem mais suave, porém mais rápida.
Ela se comportou muito bem nas curvas, transferindo boas respostas e possibilitando bastante agilidade, diferente da 450cc, com a qual você sente uma moto mais pesada. A 350cc parece uma ‘bicicleta’ e permite que você seja mais rápido, cansando menos.
Senti as suspensões um pouco moles para o meu estilo de pilotagem, enquanto que o motor é muito bom, permitindo que você não fique preocupado em estar na marcha certa, pois ele sempre responde adequadamente. Você pode ser agressivo, encontrando aquilo que necessita para melhor performance na pista.
Você se diverte mais com a 350cc, pois não se preocupa muito com o controle do acelerador, diferente da 450cc. Posso afirmar que em uma pista como esta que estamos testando, fico mais cansado com a 450 do que com a 350.
Resumindo, a moto é muito boa e divertida, com uma maneabilidade incrível, com um motor bastante forte e capaz de fazer muita curva. Eu apenas deixaria a suspensão um pouco mais firme, mas no geral, é uma moto que vai se sair bem em grande número de pistas e capaz de agradar tanto pilotos de motos 250cc como de 450cc."
Deu para sacar que o lançamento é incrível, realmente ideal para o motocross, pois, como dissemos, na 250 falta motor e na 450, sobra. Mas penso que precisamos que alguma marca japonesa também se concentre nesse segmento, para que ele tome seu espaço definitivamente no mercado mundial.
http://www.revistadirtaction.com.br/paginas/noticias.php?cd_noticia=351
Temos acompanhado nos últimos anos inúmeras novidades nas motocicletas de motocross. A Honda e a Kawasaki apresentaram grande mudanças em seus modelos, inclusive com a implementação do sistema de injeção; a Yamaha "assustou" todo mundo com o seu "motor invertido", com a caixa do filtro de ar instalada na dianteira da motocicleta; e agora a nova suspensão da Kawasaki KX 250F 2011, com o sistema SFF (confira matéria especial nesta edição). Mas podemos afirmar que a grande "estrela" dos últimos lançamentos foi a KTM 350 SX-F. A fábrica austríaca não se preocupou em apresentar um quadro de alumínio, seguindo os passos de suas concorrentes japonesas, mas decidiu apresentar um motor “intermediário”, que deve suprir a reclamação mais comum de quase todos os pilotos, de que a 250cc pede um pouco mais de motor e de que na 450cc sobra. Então, a solução apresentada foi um motor de 350cc. Além disso, como já comentamos anteriormente, a própria FIM (Federação Internacional de Motociclismo) e a Youthstream, organizadora do Mundial de Motocross, há uns três anos chegaram a discutir a possibilidade de unificar as categorias MX2 e MX1 utilizando motocicletas de 350 cilindradas, ideia que iria depender principalmente das fábricas. As japonesas não apresentaram nenhum interesse, mas a austríaca KTM imediatamente começou a trabalhar neste projeto e já no ano passado surgiram as primeiras imagens dessa motocicleta. Finalmente, no Salão de Milão, ela foi apresentada oficialmente e além do novo motor, recebeu um novo visual, que acabou sendo transferido para os outros modelos da marca (confira as imagens das KTM de cross 2011 na edição anterior). Outro fato que pesou neste novo lançamento, foi a participação no projeto do belga Stefan Everts. O dez vezes campeão mundial foi contratado pela KTM logo após a sua aposentadoria (ele correu profissionalmente até 2006) para colaborar com a equipe e seus pilotos no desenvolvimento de projetos, como este que se concretizou em dois anos.
Um novo conceito
Mas o que esta motocicleta pode nos oferecer? Tudo, é a resposta, pois ela não tem nada dos modelos anteriores da marca. O visual é todo novo, com um design mais moderno e agressivo (as aletas e a caixa do filtro de ar lembram o estilo da Honda), muito mais harmonioso. O quadro, fabricado em cromo-molibdênio, também foi modificado, em parte para receber o novo sistema de suspensão traseira, agora com o “tradicional” link, que fez os engenheiros da fábrica mudarem também o braço oscilante (balança traseira) e o subquadro (em alumínio). O chassi está mais estreito e compacto, justamente para oferecer melhor dirigibilidade. Quanto ao motor (349,7cc), este foi derivado da 250cc, recebendo mudanças para capacitá-lo à nova cilindrada. Comenta-se que ele pode oferecer mais de 50 cavalos de potência. Para a lubrificação do motor, há duas bombas de óleo (ou seria refrigeração e bombas d’água?).
Mas as novidades não param por aí; a motocicleta oferece a desejada partida elétrica (pedal de partida é opcional) e a vedete das tecnologias nas motocicletas off-road, a injeção eletrônica, sistema da Keihin. Agora, somente a Yamaha YZ 250F 2011 mantém o tradicional carburador (confira as imagens dos novos modelos nesta edição).
As suspensões são da marca White Power, que tradicionalmente acompanha as motos da KTM. Na dianteira há uma WP USD de 52 mm de diâmetro e com 300 mm de curso e na traseira, monoamortecedor WP com 335 mm o curso, com link.
Para frear essa máquina, discos de 260 mm de diâmetro na dianteira e 220 mm na traseira. O peso declarado dessa máquina é 102 kg, e o tanque de combustível possui capacidade para 7,5 litros.
Segundo Mike Serif, da equipe de desenvolvimento da KTM, o projeto da 350 SX-F levou dois anos de constantes trabalhos. Além dos detalhes acima informados, ele completa que os novos cubos foram modificados para melhor encaixe dos raios e nipples, mais leves e resistentes, muito semelhantes aos utilizados pela equipe oficial.
Como ela se comporta?
A julgar pelos resultados que vem apresentando no Mundial de Motocross, onde o italiano Antonio Cairoli mantém a liderança da MX1 com esse modelo, dá para imaginar que ela é boa. Mas ele anda com uma motocicleta de fábrica, e queremos saber como uma original se comporta, saber sobre seu desempenho na pista e, para isso, damos vez ao piloto americano Tyle Keefe, que no mês de junho teve a oportunidade de andar na 350 SX-F na pista de Pala Raceway, na Califórnia, onde a fábrica fez a apresentação oficial do seus modelos 2011, para a imprensa especializada. Portanto, os leitores da Dirt Action serão os primeiros no mundo a acompanhar o primeiro teste deste modelo. Confira as impressões do comportamento desta motocicleta que chegou para “quebrar as regras do jogo”.
"Já nas primeiras voltas pude confirmar que esta motocicleta é perfeita para mim. Me senti muito à vontade nela, sendo que minha pilotagem se adaptou muito perfeitamente a ela. Gosto de exigir muito da moto nas costelas e curvas, e ela respondeu muito bem nessas situações, com muita segurança. Enquanto a 250cc exige constantes trocas de marchas, a 350cc flui melhor, possibilitando uma pilotagem mais suave, porém mais rápida.
Ela se comportou muito bem nas curvas, transferindo boas respostas e possibilitando bastante agilidade, diferente da 450cc, com a qual você sente uma moto mais pesada. A 350cc parece uma ‘bicicleta’ e permite que você seja mais rápido, cansando menos.
Senti as suspensões um pouco moles para o meu estilo de pilotagem, enquanto que o motor é muito bom, permitindo que você não fique preocupado em estar na marcha certa, pois ele sempre responde adequadamente. Você pode ser agressivo, encontrando aquilo que necessita para melhor performance na pista.
Você se diverte mais com a 350cc, pois não se preocupa muito com o controle do acelerador, diferente da 450cc. Posso afirmar que em uma pista como esta que estamos testando, fico mais cansado com a 450 do que com a 350.
Resumindo, a moto é muito boa e divertida, com uma maneabilidade incrível, com um motor bastante forte e capaz de fazer muita curva. Eu apenas deixaria a suspensão um pouco mais firme, mas no geral, é uma moto que vai se sair bem em grande número de pistas e capaz de agradar tanto pilotos de motos 250cc como de 450cc."
Deu para sacar que o lançamento é incrível, realmente ideal para o motocross, pois, como dissemos, na 250 falta motor e na 450, sobra. Mas penso que precisamos que alguma marca japonesa também se concentre nesse segmento, para que ele tome seu espaço definitivamente no mercado mundial.
http://www.revistadirtaction.com.br/paginas/noticias.php?cd_noticia=351
